terça-feira, 13 de maio de 2008

Às vezes fico pensando nas pessoas. Não elas como um vaso, e sim como a flor que está alí plantada.
A cor não interessa, o cheiro muito menos. O que realmente importa é o que se passa por dentro de suas raízes espessas e suas flores reluzentes.
"As aparências enganam" - é triste usar um clichê do tipo profile de orkut, mas, com certeza, ele não está errado. A magnífica flor bela, cheirosa, charmosa e harmoniosa é a mesma que possui espinhos. E, quando tocada, te fere. Se isso acontece, ficamos furiosos por termos sido atingidos. Culpamos a flor e a maltratamos.
Claro, quem vai querer a culpa para si?
Agora, pergunto-lhe: Quem foi que disse que a flor queria ser tocada?
Elas têm espinhos e tais somente cumprem a sua função, afastar o toque. Creio que isso é por medo. Medo de entregar-se e ser superficial; medo da liberdade concedida a quem não é digno desta. Não sei avaliar concretamente esses temores, mas algum motivo eles têm.
Queremos, na maioria esmagadora das hipóteses, ter razão naquilo que não existe consciência.
Você, assustado, afasta-se da flor e nunca mais tenta tocá-la. Como um animal burro e sentimental, fica entristecido com a hostilidade da flor. E, mais uma vez, esquece que a flor também se machuca por perder um espinho, o qual foi parar não sua mão que a tocou.
É difícil, para a flor, aguentar os momentos que decorrem na sua vida, assim como também é difícil levarmos espinhaços por gostarmos muito da qual julgamos, raivosamente, culpada.
Não tentamos o perdão, temos medo de nos ferirmos outra vez. Será que vale a pena perdoar? Os perdões são concedidos a quem não os merecem, entristeço ao saber disso.
Não existe razão, não existe certo ou errado.
Às vezes fico pensando nas pessoas. Não elas como um simples vaso, e sim como a flor que está alí plantada.

4 comentários:

Unknown disse...

do baton...
um cadilac subindo as montanhas...
da sombra...
um pedaço da imensidão do infinito...

do perfume...
um passeio no bosque de Ísis...
da sandálha...
um medo de se perder no futuro...

do gloss...
uma vista do jardim da babilônia...
do hidratante...
um desejo de todos os sonhos...

do blush...
uma barra de alpino com menta...
da pulseira...
uma nota de música perfeita...

do rímel...
um segundo maior que a eternidade...
do shampoo...
um quadro pintado em veneza...

do vestido... um suspiro de prazer perdido...
da noite... o medo de não saber quem eu sou.

Unknown disse...

from:
http://blogberona.50webs.com/index.htm

Daniella disse...

nossa, tha, seu post me deixou sem palavras.
linda alegoria! ;D

disse...

Tha mandando muitíssimo bem como sempre.
Texto lindo, sobre uma flor linda, que eu tenho o prazer de conhecer :)